quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Sou assim ... invisível...

Estar sozinho deixa um gosto amargo na boca... Você percebe que você se torna invisível para o mundo...querer ser vista, admirada, amada,desejada..ou se dê o nome que quiser... O que realmente importa que passamos como sombras pela vida, querendo ser observada, admirada... mas quando somos relegadas a situações que nos ferem,percebemos que somos invisíveis e frágeis...na nossa fragilidade nos recolhemos com medo de sofrer,com medo de seguir ... Como nos faz falta aquela mão que roça na nossa e aperta de leve os nossos dedos..aquele olhar que nos conforta... é,.... estar sozinho é horrível e pior ainda é ser sozinho,não poder contar nem esperar algo de alguém...Daí vem a terrível dúvida, somos feitos para ficar sozinhos e sentindo o coração nublado com tantas tristezas??

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Capítulo III - HÉRCULES - BY JUCIANE

O tímido garotinho de repente havia criado coragem e carinhosamente pegou em minha mão e disse, "eu quero muito mostrar algo pra sinhora..." e foi conduzindo-me até um enorme pé de Pitomba que ficava a alguns metros da casa dele. Fiquei surpresa ao vê-lo subri com uma agilidade impressionante até o alto da árvore de onde acenou alegremente sua mãozinha...
- Professora! - gritou ele - A senhora consegue me ver?
-Sim! Respondi mas no fundo só conseguia ver um pequeno vulto entremeio a folhagem.
-Desça daí!- gritei preocupada...
Do mesmo jeito rápido com que havia subido,ele desceu novamente.
- O que você gosta de ver lá de cima? - perguntei.
-Ah! Se eu contar,a sinhora num vai rir? - perguntou um pouco preocupado.
-Lógico que não! Por que eu iria rir de você? - respondi.
-Quando subo lá em cima,consigo ver um castelo dourado;tem dia que o sol está forte e nem consigo enchergar direito, mas é tão bonito! Geralmente consigo ver as pessoas entrando e saindo de lá... algumas vezes penso que elas não estão longe,pois chego a ouvir a conversa de algumas pessoas que passam por baixo da árvore e vão para o castelo. Uma vez cheguei a perguntar para um homem muito alto e corcunda, o que eles costumavam ir fazer naquele castelo e ele disse que um segredo guardado lá... Depois que agente fica sabendo do segredo, não pode mais contar a ninguém, porque senão as portas do castelo se fecham e nunca mais a gente consegue entrar lá!
Quando ele terminou de contar estava ponderando sobre como classificar o que Hércules havia dito, estava entre "Que bela mentira,ou, nossa! Quanta imaginação esse menino tem!" Mas não demonstrei o que realmente pensei sobre o que ele havia dito, fiz um ar de interesse eperguntei se mais alguma pessoa conseguia vero castelo. Ele fez um ar tristonho e disse que todo mundo ria dele e chamava de mentiroso, então todavez que ele ía mostrar o castelo, a pessoa não conseguia vê-lo,só ele mesmo,aí sim que ele ficava com cara de mentiroso.
- A sinhora também não acredita,né? Olha vou trazer uma prova pra sinhora, daí a sinhora vai poder ver também.
Concordei dizendo que achava excelente a ideia dele e que eu iria esperar a oportunidade de ver um castelo assim, afinal, encontrar um castelo em pleno sertão e ainda por cima dourado, vamos combinar, seria impossível! Lógico que essa parte do meu pensamento guardei pra mim, não queria estragar aquele momento de confiança.
Acenei alegremente e disse que precisava ir, mas que a minha casa ficava perto e se ele precisasse de alguma coisa, era só ir até lá.
Hércules sorriu concordando e saiu correndo de volta pra casa,o cão brazino se enroscando pelas pernas fininhas do garoto.
Quando cheguei em casa já estava quase escurecendo, pensei em rever alguns livros e materiais para quando começassem as aulas novamente. Algumas horas depois, a noite já havia recobrido o agreste e o céu estampava um rendilhado de estrelas. Pela janelinha de minha casa conseguia ouvir alguns ruídos da vila, uma sanfona alegre, assanhada num animado forró. Um latido de cão em alguma casa,não sei qual,sons de passos e conversas, com ritmo de forró, o caminho era um só.
Um som batido que parecia parte da música, mas na verdade era alguém batendo na porta, quem poderia ser uma hora daquela? Não custava atender.
Abri a porta e olhei longe,mas esqueci de olhar para baixo,quase pisando num pezinho sujo,descalço, combinando com o cabelo desalinhado de Hércules.
- O que faz aqui Hércules? Já é tarde!
- Precisei vir agora para mostrar o que encontrei voando por cima da minha árvore. Disse estendendo as mãos unidas e fechadas, de onde saiam alguns raios de luz fraquinho.
- Um vagalume Hércules? Não deveria vir aqui só por causa disso, sua mãe vai ficar preocupada.
-Não,professora! Não é vagalume! Abra sua mão,mas não deixe escapar.
Não entendi bem, mas estendi a mão como ele havia pedido. Mas me desculpem,soltei um grito quando ele depositou em minhas mãos uma rãzinha gelada, e olhem só... dourada, parecia ser feita de ouro. Não conseguia acreditar no que via, tinha vontade de jogar o bichinho no chão, mas no outro momento queria ver de perto se eu estava enxergando direito! O bichinho abria a boca e esticava as patinhas como se estivesse com sono, cada vez que ele bocejava rodopiava pelo ar uma fumacinha amarelinha que esvanecia no ar. Fechava os olhinhos preguiçosos e tornava a arregalá-los em seguida, mas nem o céu consegue ser tão azul como os olhos da rãzinha.
-Onde conseguiu esse... essa... isso sei lá o quê?
Hércules riu e vendo que eu estava com nojo do bichinho pegou-o novamente com todo o carinho em suas mãos e logo vi que o bichinho se aninhou e dormiu!
- Lá no castelo tem bastante desses bichinhos, uns viajantes me contaram! Esse aqui estava distraído e eu consegui pegar antes que ele entrasse no castelo,eu prometi que traria uma a prova, não prometi? Olha aqui a prova!


A beleza do inusitado, a lembrança do passado, respeito pelo presente, ânsia pelo futuro esperado...

terça-feira, 7 de junho de 2011




Você é especial para mim... Por mais que não estejamos juntos não esqueço você...

As cores que usei...

A vida tem momentos diversos, com cores diferentes, mas as cores que usei foram variando com o tempo. Algumas amadureceram, outras envelheceram, tons pastéis vazios e fracos de essência. Quando era mais jovem imaginava que a vida era um verdadeiro arco-íris, o brilho não estava nas coisas,mas em mim. Hoje o meu arco-íris tristemente escondeu-se entre as nuvens de um tom de cinza-chumbo. O céu risonho de um azul cobalto, já não sorri mais, pois as lágrimas que dizem ser translúcidas, conseguem encobrir as cores do alvorecer... Olho para o rosto que olha para mim de volta,refletido em um espelho que só reproduz cores opacas, amareladas pelo tempo, como uma foto antiga. O sorriso cativante rubro de vida, hoje rascunha algumas linhas tortuosas, riscos escuros, impressões da minha vida...O que fiz com as cores? Quais são as cores que usei que acabaram resultando em uma pintura surreal? Entre estas cores tão confusas, há uma história que não é tão maravilhosa ou glamorosa assim, negando a história brilhante descrita por cores vibrantes no início da obra maior... Fecho os olhos e sonho com os tons vibrantes que foram prometidosno início da história para que a obra assim seja completada...